As crianças norte-americanas, revelou um inquérito recente, passam em média 4,8 horas todos os dias em redes sociais, como é o caso do Instagram ou do TikTok, às quais se somam plataformas como o YouTube. Uma situação de evidente (e crescente) dependência que levou na passada semana o cirurgião-geral dos EUA (o equivalente em Portugal ao director-geral de Saúde) a sugerir, em artigo publicado no ‘The New York Times’, a introdução nestas plataformas digitais de um alerta (semelhante ao hoje existente no tabaco ou bebidas alcoólicas) sobre os riscos na saúde mental dos jovens.

Vivek Murthy considera que, em concreto nestas faixas etárias, e quando utilizadas em excesso e sem controlo parental, as nossas redes sociais “não são comprovadamente seguras” e tornaram-se, hoje, numa “tecnologia poderosa libertada sem transparência ou responsabilidade adequadas”.

O cirurgião-geral norte-americano, que já no ano passado havia publicado um extenso relatório sobre a problemática da sobreexposição dos mais jovens às redes sociais, refere também, apontando estudos científicos, que ela aumenta o risco de se desenvolverem perturbações de saúde mental (da depressão à ansiedade) em jovens que passem mais do que três horas por dia nestas plataformas digitais.

Vivek Murthy sugere, assim, às gigantes da tecnologia que detêm as plataformas que, além de inserirem as referidas mensagens sobre dependência, imponham limites mínimos de idade na utilização (sem consentimento ou supervisão parental) de redes sociais — atualmente, a grande maioria das plataformas impõe uma idade mínima de 13 anos —, propondo igualmente o fim do chamado “scrolling” infinito, ou seja, deverá haver um limite ao tempo de navegação nas plataformas.

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