O cidadão luso-belga Joseph Figueira Martin, de 41 anos, que trabalhava como consultor numa Organização Não Governamental (ONG) norte-americana na República Centro-Africana (RCA), foi acusado pelo Ministério Público daquele país de seis crimes, entre eles de espionagem e de colocar em perigo a segurança do Estado.

As autoridades suspeitam que o voluntário europeu, que tinha sido detido por mercenários russos há um mês em Zemio, no sudoeste da RCA, integrasse um “ramo terrorista internacional” com filiais em seis países, dando armas e dinheiro a grupos armados locais que se opõem ao Governo.

Há cerca de dez anos que Joseph Figueira Martin trabalha como consultor, tendo integrado organizações como o International Crisis Group, a Global Witness, ou a African Parks. Quando não se encontra em África em missão, vive em Tavira, no Algarve, onde tem um filho de três meses.

A sua área de especialização é a transumância e pastorícia. E terá sido o contacto com a tribo fulani que terá levantado suspeitas, já que este povo costuma ter ligações com grupos jiadistas.

Família fala em acusações caluniosas

A família quebrou o silêncio sobre o caso, emitindo um comunicado em que garante que Joseph Figueira Martin é apenas um trabalhador humanitário que desenvolvia projetos com pastores nómadas e acusa a polícia da RCA de atuar de forma pouco clara, argumentando que as acusações são “completamente caluniosas” e que se tratam de uma clara “evidência de injustiça”. Apontam ainda o dedo à ONG de que é voluntário, acusando-a de nada fazer para ajudar o luso-belga.

Entretanto, o cônsul português em Bangui já visitou Joseph Figueira Martin na prisão. E as autoridades portuguesas e belgas têm prestado apoio à família que já conseguiu falar com o consultor.

Segundo a Sic Notícias, se for condenado, pode ficar em prisão perpétua e ter de cumprir trabalhos forçados.

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