A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) partilhou dados da “monitorização” sobre os tempos de espera no Serviço Nacional de Saúde (SNS) no segundo semestre de 2023.

Em comunicado, a ERS alertou que, no fim de 2023, 10.775 utentes aguardavam primeira consulta “com suspeita ou confirmação de doença oncológica” nos hospitais públicos. O tempo de espera ‘aceitável’ foi ultrapassado em 81,5% dos casos.

Durante os últimos seis meses do ano passado, foram realizadas 16.207 consultas e, em 61,7% delas, foram ultrapassados os tempos máximos de resposta garantidos (TMRG).

Utentes à espera de primeira consulta de especialidade a pedido dos CSP aumentam 33,8%

A ERS alertou também para um aumento de 33,8% no número de utentes à espera de primeira consulta de especialidade hospitalar a pedido dos Cuidadores de Saúde Primários (CSP) nos hospitais públicos, face ao mesmo período de 2022.

A 31 de dezembro de 2023, havia 778.640 utentes nessa situação – que exclui consultas de cardiologia ou de oncologia -, 54,0% dos quais com espera superior aos TMRG.

“No segundo semestre de 2023 foram realizadas, nos hospitais públicos, 589.125 primeiras consultas” neste âmbito, acrescentou a ERS, acrescentando tratar-se de “uma diminuição de 2,6% face ao período homólogo de 2022”.

Já nos prestadores protocolados, foram realizadas 33.563 primeiras consultas de especialidade hospitalar, tendo os TMRG sido ultrapassados em 30,0% das consultas realizadas. No último dia do ano havia 27.055 utentes em espera para primeira consulta, 54,5% dos quais com espera superior aos TMRG.

Mais de 86% aguardam consulta de cardiologia há ‘demasiado’ tempo

A ERS analisou também os tempos de espera nas consultas de cardiologia durante o segundo semestre de 2023, explicando que, no final do ano, existiam 23.448 utentes a aguardar primeira consulta.

Trata-se de um aumento de 52,2% face ao período homólogo de 2022. Desses utentes, 86,7% ultrapassaram o tempo de espera considerado ‘aceitável’.

Foram realizadas 19.642 primeiras consultas, correspondendo a um aumento de 0,3% face a 2022. Das consultas realizadas, 91,8% aconteceram após terem sido ultrapassados os TMRG.

O tempo máximo de resposta foi ultrapassado em cerca de 92% das consultas de cardiologia no segundo semestre de 2023, com mais de 23.448 utentes a aguardarem a primeira consulta no final deste período, foi hoje anunciado.

Lusa | 09:53 – 30/06/2024

No caso dos “prestadores protocolados”, foram realizadas 243 primeiras consultas de cardiologia, 88,9% das quais com tempo de espera superior ao TMRG. No último dia de 2023, havia 17 utentes à espera de consulta, todos eles “com espera superior ao limite legal”.

Quase duas em cada dez cirurgias de oncologia fora do tempo aceitável

A ERS revelou também que cerca de 19% das cirurgias programadas “na área de oncologia” realizadas – 29.562 – aconteceram “com tempos de espera superiores ao estabelecido na legislação”.

Já no caso das cirurgias programadas no âmbito de doença cardíaca realizadas – 4.329 -, a percentagem de utentes atendidos para além do prazo legal fixa-se nos 33,2%.

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