A escritora Mariana Jones tornou-se, nos últimos meses, num alvo do grupo de extrema-direita ‘Habeas Corpus’. Desde outubro do ano passado, que recebe mensagens intimidatórias e ameaças, devido ao livro infantil ‘O Pedro Gosta do Afonso’, lançado no ano passado.

No passado dia 1 de junho, Dia da Criança, a perseguição subiu de tom, acabando por ser intimidada por um dos membros desta associação na Feira do Livro de Lisboa, durante a apresentação do seu novo livro ‘O Avô Rui, o Senhor do Café’.

Se até àquele momento não tinha percebido a dimensão do problema que tinha pela frente, quando se viu com um telemóvel apontado a um palmo da sua cara, percebeu que aqueles que a acusam de “odiar crianças” e de ser “promotora da homossexualidade infantil e pedofilia” são capazes de ir além das “centenas de mensagens de ódio e intimidação” que foi recebendo.

E, no passado fim de semana, teve mais uma prova disso. O líder do grupo homofóbico, o ex-juiz Rui Fonseca e Castro, expulso da magistratura há mais de dois anos por várias infrações entre as quais incentivar à violação da lei, impediu a apresentação do livro ‘O Avô Rui, o Senhor do Café’ na FNAC do NorteShopping e Mariana Jones teve até de ser retirada do espaço pelo chefe da segurança da loja, para sua segurança.

Em entrevista ao Notícias ao Minuto, a autora admite que, se no início tentou levar com leveza estes ataques, agora está com medo. Por ela e pelas filhas, que vivem entre ansiedade e pesadelos. 

Mariana não está só impedida de apresentar livros. Diz ter sido obrigada a alterar as suas rotinas, não consegue trabalhar. O seu sorriso deixa transparecer o choque de ter o número de telemóvel a circular nas redes sociais e fotos de uma das filhas, ainda bebé. É a sua liberdade (e dos seus) que está em causa.

Contudo, lembra que há lutas que valem a pena e a da liberdade e do amor são duas delas. Mariana não vai parar de escrever, nem de lançar livros, porque, tal como dizia o poeta alemão Heinrich Heine, “quando se queimam livros, queimam-se as pessoas a seguir”

Três dias antes recebi um vídeo do tal ex-juiz [Rui Fonseca e Castro] à porta da AR, com um microfone, a dizer que ia ter comigo à FNAC

No passado dia 22 de junho foi alvo de um ataque que a impediu de apresentar o seu mais recente livro ‘O Avô Rui, o Senhor do Café’, na FNAC do NorteShopping. Esperava que os membros do grupo de extrema-direita ‘Habeas Corpus’ invadissem desta forma a apresentação?

Esperava. Desde que fui abordada na Feira do Livro [de Lisboa] que as mensagens de ódio dispararam. Tive centenas de mensagem de ódio, centenas de intimidações. Três dias antes recebi um vídeo do tal ex-juiz [Rui Fonseca e Castro, líder do grupo] à porta da Assembleia da República, com um microfone, a dizer que ia ter comigo à FNAC para me fazer perguntas. Portanto, tive este tipo de intimidação. Estava bastante preparada, não fazia ideia quem iria mais, mas imaginava que ele fosse.

Quando chegou à apresentação apercebeu-se logo da presença de membros do ‘Habeas Corpus’ no local?

Eu já sabia que estavam algumas pessoas, nomeadamente, o ex-juiz. Mais tarde soube que estava também o que me intimidou na Feira do Livro, o Djalme dos Santos. Sabia que eles estavam lá, mas tentei focar-me nas pessoas que queriam ouvir a apresentação do livro do Avô Rui, que era o objetivo.

E o que é que acabou por acontecer?

A minha editora apresentou o que queria e quando me passa a palavra eu digo ‘bom dia!’ e imediatamente o ex-juiz começou a dizer: ‘Senhora Mariana Jones, quero fazer algumas perguntas, porque é que odeia tanto crianças?’. Muito rapidamente o público respondeu. Ele continuava a fazer perguntas. Eu tentei voltar à apresentação do livro, mas nunca mais consegui porque ele gritava e as pessoas do público reagiam. Rapidamente as perguntas dele também deixaram de se ouvir porque, felizmente, os fenómenos coletivos também são incríveis e de repente eu senti-me quase uma Taylor Jones [risos]. Gritavam: “Mariana, Mariana, Mariana”. Foi até comovente, apesar da adrenalina toda que eu estava a sentir. Até que a segurança da FNAC me disse que era melhor eu sair, que não havia condições para continuar. E fui acompanhada pelo chefe da segurança da FNAC para o interior do espaço. A certa altura, como a situação não parava, aconselharam-me a sair mesmo do centro NorteShopping. E as pessoas continuaram lá. Continuaram lá durante muito tempo. Só as pessoas com filhos é que saíram um bocadinho mais cedo porque houve crianças a chorar, tinha colegas das minhas filhas lá com os pais…

E as suas filhas?

As minhas não foram porque eu já imaginava que eles estivessem lá. E começa mesmo por aí. Como é que é possível eu não poder ir a apresentações de livros infantis meus com as minhas filhas?!

As suas filhas também já foram alvo destas intimidações?

São alvo logo à partida por eu ser alvo. A mais pequena não percebe de uma forma intelectual o que está a acontecer. Mas percebe os níveis de ansiedade. Percebe o medo. A minha filha mais crescida percebe. Acordou hoje às 3h da manhã com um pesadelo. Sonhou que me estavam a bater. Acordou a chorar. Coitada. E ela não sabe alguns detalhes. Não sabe o nível de mensagens que eu recebo. Não sabe assim tanto, mas apercebe-se de muitas coisas. E isso é um impacto que ninguém consegue apagar nem eliminar.

Não estou a conseguir trabalhar porque obviamente não estou com condições emocionais, não me sinto segura para fazer a minha vida habitual

Um impacto muito maior do que ‘apenas’ não poder apresentar um livro…

Muito maior. Não estou a conseguir trabalhar porque obviamente não estou com condições emocionais, não me sinto segura para fazer a minha vida habitual. Tive de mudar necessariamente de rotinas. E claro há este impacto junto dos meus. Quem tem filhos pequenos é um impacto brutal, brutal [emociona-se]. De repente, eu não posso ir sozinha para determinadas coisas. De repente, a mãe está nas notícias. A mãe é entrevistada a todo o tempo. Uma das minhas filhas, perguntou-me se eu podia apagar o livro e se eu podia deixar de escrever… Eu expliquei-lhe que não podia. Por ela, pela irmã, por mim. Este impacto… [suspira]. Este impacto em pleno século XXI, em 2024, de tentarem mostrar-me que não posso escrever sobre o que eu quiser, que não posso apresentar livros publicamente porque odeio crianças é tão absurdo, é tão inconcebível…

Um impacto que, quando escreveu ‘O Pedro gosta do Afonso’, o livro que está na origem das intimidações, estava longe de imaginar o que ia acontecer…

Sabia que o título ia provocar. Provocar questões, dúvidas, curiosidade. Nunca imaginei que havia este submundo, este universo tão subterrâneo de medo. Muitas vezes estas questões são tão sensíveis por medo, por desconhecimento que são fáceis de arrastar para estes extremos. Como é que se pode associar pedofilia com homossexualidade nesta fase? Abril comemorou 50 anos, nos últimos 20 anos já se escreveu tudo sobre isto. Como é que é possível pensar em doutrinação? Em promoção? Como se as pessoas lessem um livro e ficassem gays. E depois há pessoas pouco reflexivas. Comem esta informação como se fosse fidedigna. Acho que nem param para pensar. Não vejo ninguém preocupado com jogos de computador online que os filhos consomem, telenovelas ou até por verem notícias sobre a guerra ou crimes. Aí os filhos já não vão ser assassinos ou outra coisa qualquer.

Preocupa-me muito o facto destas questões sensíveis serem ainda tão perigosas. Temos níveis de leitura muito baixos e títulos como o deste meu livro de repente são bandeiras para atrair pessoas para outros movimentos. Isso deixa-me muito preocupada. As pessoas podem não gostar, podem não concordar, podem não ler, não comprar, podem até comprar e dizer que escrevo muito mal, não podem é dizer aos outros o que é que podem ler ou comprar, não podem dizer a mim o que é que eu posso escrever, não me podem impedir que eu apresente. Estas linhas tão ténues da liberdade e o pouco enquadramento legal que ainda há são um assunto muito sério. E isto é muito mais do que bandeiras. É muito mais do que isso. Eu nunca quis com este livro pegar numa qualquer bandeira, não quis fechar o livro a um gueto.

Que mensagem quis então passar com o livro ‘O Pedro gosta do Afonso’?

Quando escrevi esse livro pensei muitas vezes que seria um livro para aquela faixa etária ‘ranhosa’, que não quer nada, entre os 10 e os 14. Quando já não somos crianças mas também não somos adolescentes [risos]. Sei que não vão querer ver o livro, mas se este estiver pousado na estante lá de casa  – e se ninguém estiver a ver  – se calhar até pegam. Além de achar que os livros são a melhor coisa que podemos oferecer a alguém, acho que eles podem salvar. Salvar no sentido de abrir caminhos, mundos. E escrevi ‘O Pedro gosta do Afonso’ para isso mesmo.

Isto parte de um miúdo que eu conheci, com 13 anos, para quem a escola não era um lugar simpático, pensar no novo ano letivo não estava a ser fácil. E quando falei com ele, sentado no chão de um escritório, ele chorava e eu dizia-lhe: ‘Crescer é difícil, nós estamos a mudar, não sabemos bem quem somos, de quem gostamos’. E ele chorava muito. E quando ele se limpava para voltarmos, ele disse-me que já se tinha pensado em matar. E ele vem de uma família diferenciada, com cultura, aberta. Se isto acontece nesta família, o que é que acontece noutras famílias?! E nem sequer é a questão sexual. Quando nesta fase os pré-adolescentes se sentem diferentes – ou porque são mais femininos, ou porque não gostam tanto de jogar à bola ou porque são apontados de alguma forma, o medo de não ter o amor dos pais, esse amor absoluto, é tão grande que se é capaz de querer morrer para não enfrentar essa perda. Nessas alturas, não sabemos se os nossos pais vão continuar a gostar de nós. E esta história inquietou-me tanto que fui pensar sobre isto e percebi que os índices de suicídio nestas idades indicam que a maioria acontece devido a estas questões da identidade de género, da orientação sexual, sobre estas dúvidas. E achei que um livro, que pode ser um filme, uma obra de arte, pode mostrar outra possibilidade.

Portanto, ‘O Pedro gosta do Afonso’ tem a ver com amor e com liberdade, mas sobretudo com amor. Porque depois a história não toca em nada, propositadamente. Eu não quis fechar isto numa coisa LGBT, quis que quem lesse a história pudesse pensar sobre bullying nos recreios, porque uma das questões é que o Pedro e o Afonso são os melhores amigos, mas durante a semana o Pedro não fala com o Afonso. Falo do avô do Afonso, já se separou da avó, teve uma namorada e quando este relacionamento acaba vai viver com o filho e com o neto. Quis abrir espaço a esta coisa das famílias, porque os avós já não ficam 50 anos casados, já têm namorados, já tentam ser felizes de várias formas. Quis fazer uma metáfora com o passarinho que o avô traz, mostrei que o Afonso gostava às vezes de experimentar a saia xadrez da irmã porque muitas vezes os miúdos experimentam as roupas das mães e isso pode ser tratado com leveza ou, se for preciso e importante para uma criança, de uma forma mais complexa. Mas não quis fechar, não quis colocar este livro numa gaiola. O Afonso e o Pedro podem ser só os melhores amigos. Este livro é sobre liberdade e amor. A liberdade de sermos quem quisermos.

Os seus livros surgem sempre, então, depois de se deparar com alguma situação que precisa de algum ‘amor’?

O meu primeiro livro, o ‘Caracóis com Cores’, é sobre emoções. Nele falo das emoções que ia vivendo na pandemia, com bebés e incluo nessas emoções a culpa e a vergonha, que são emoções que não são muito trabalhadas noutros livros. É um livro que é muito sobre a minha vida e das meninas.

Já o segundo, ‘Klara, menina dos olhos-céu’, surgiu no decorrer da guerra da Ucrânia, mais exatamente quando começaram a pedir coisas, roupas usadas para os refugiados que vinham para Portugal e eu pensava: ‘Como é que estas mães fazem para adormecer os filhos?’ e ‘os miúdos ainda vão receber coisas usadas, eles deviam receber alguma coisa nova’. E como acho que os livros são a melhor prenda que se pode dar, fiz um crowdfunding amador e consegui 2.862 euros para fazer uma edição de mais de mil exemplares e ofereci, de norte a sul do país, a todos os refugiados que chegavam ao nosso país. Nessa altura, visitei muitos centros de refugiados, muitas famílias. O livro foi lançado em quatro línguas, português, inglês, francês e ucraniano e funcionou quase como uma história abraço. Para estas crianças se sentirem recebidas nas escolas, para poderem ver a diferença das culturas.

E depois do lançamento do livro ‘O Pedro gosta do Afonso’ lançou ‘Todos temos um-bigo’, distinguido com mensão especial, na edição deste ano do Prémio Ibérico Álvaro Magalhães…

Sim, o ‘Todos temos um-bigo’ surgiu de um projeto da rede de responsabilidade social, da secretaria da presidência do Conselho de Ministros, que reformulou sete espaços da Cadeia de Tires e fez uma bebéteca. Na altura convidaram vários parceiros, entre os quais a Delta, a quem pediram uma máquina de café. A Delta disse que tinha uma colaboradora, autora de livros infantis e que se calhar podíamos fazer algo com isso. Logo na primeira reunião, as técnicas responsáveis pelo projeto disseram que uma das coisas que mais estava a ter impacto nelas era o facto dos bebés serem separados das mães reclusas aos três anos, no máximo, cinco. Um corte abrupto. E falaram sobre a possibilidade de haver uma história que falasse disto. Eu já estava com lágrimas nos olhos, a pensar na minha filha a ser separada de mim e não tive como recusar. É que nunca tinha pensado sobre isto. Depois de serem retiradas das mães, estas crianças ou vão para os pais, se não estiverem também presos, ou para os avós ou para instituições. Fiquei muito sensibilizada com a situação e aceitei logo fazer um livro sobre isso, apesar de estar com o coração muito pequenino. Visitei a Prisão de Tires, a de Santa Cruz, conheci mães, bebés, falei com criminalistas, com psicólogos, com advogados, para fazer essa história. Uma história sobre a maternidade, a parentalidade dentro de muros.

Os livros infantis podem ser só de encantar mas eu gosto de fazer livros que dêem para os pais/professores e para as crianças, [e] que abraçam causas. E também gosto de ter cuidado com a estética, por isso é que procuro, normalmente, artistas plásticos diferentes e vou oferecendo também propostas de ilustração diferentes, mas acho que também podemos tocar em histórias diferentes, como é o caso do Avô Rui, que é uma história verdadeira.

Vamos então falar sobre ele. Como é que surgiu a ideia de escrever sobre o Rui Nabeiro? Já revelou que é colaboradora da Delta…

Surgiu porque tive o privilégio de trabalhar com o senhor Rui Nabeiro e de aprender e descobrir aquilo que se fala sobre ele e que é mesmo verdade. Quando apresentei os meus primeiros livros, em Campo Maior, tive o privilégio de o ter na primeira fila a aplaudir-me e ele disse-me: ‘Tens o mesmo sorriso que eu’. E que ele era como eu, que não era capaz de andar na rua a olhar para baixo, olhava na face das pessoas.

No Natal anterior à sua morte, eu estava numa livraria a ver a biografia infantil da Frida Kahlo. E lembrei-me que o senhor Rui merecia ter uma biografia para a infância – nem de longe pensar em competir com o ‘Almoço de Domingo’, de José Luís Peixoto – mas achei que para as crianças era importante termos um livro de uma pessoa contemporânea, importante e portuguesa.

No Natal fui então ter com ele, levei-lhe broa de Avintes, que ele gostava muito, e um Vinho do Porto e disse-lhe: ‘Senhor Rui, tive a ideia de escrever um livro para crianças sobre si. O que é que acha?’ Ele ficou muito emocionado, pegou-me nas mãos e agradeceu. Disse para avançar. Eu vim cheia de palavras de Campo Maior para o Porto. Entretanto, quis a vida que ele morresse em março. Tive muitas dúvidas em seguir em frente, porque este livro não foi pensado para ser sem ele cá, mas toda a gente dizia que era a melhor homenagem que eu podia fazer-lhe e é também importante para o futuro as crianças que ele tanto gostava.

Pensa voltar a apresentar o livro ‘O Avô Rui, o Senhor do Café’ ou ainda é cedo para isso?

Fico muito triste quando penso nisso porque… se eu amanhã falasse com a minha editora, de certeza que ela ia dizer: ‘vamos’. Mas de certeza que eu ia ser interrompida e isso é de uma violência muito grande, uma intimidação. Agora, também não fujo de lutas que me parece que são cruciais e a liberdade e o amor são temas pelos quais eu não posso deixar de enfrentar esta situação. Neste momento, acho que vai acabar por acontecer. Já tive convites. Até para voltar a apresentar ‘O Pedro gosta do Afonso’, mas eu já apresentei esse livro. Depois desse livro já escrevi o ‘Todos Temos Umbigo’ e agora estou noutro. Portanto, claro que fico muito grata com todas as manifestações de apoio ao livro e o meu apelo é sempre a leitura. Agora tenho que pensar melhor como é que eu posso o fazer.

Devido às ameaças decidiu apresentar queixa na PSP e está desde junho com o estatuto de vítima, certo? Sente-se mais protegida?

Não, porque basicamente o estatuto de vítima é atribuído a qualquer pessoa que tenha uma queixa. Por exemplo, se lhe assaltarem o carro e denunciar fica com o estatuto de vítima. Esse facto não mudou absolutamente nada a situação. As indicações que tenho é que sempre que acontecer devo chamar a polícia e identificar. É uma fase que é muito lenta até acontecer alguma coisa e depois depende também de como é que o Ministério Público tratará isto que eu quero acreditar que tratará de uma forma séria. Mas vai demorar.

E como está a lidar com a exposição que estes atos intimidatórios lhe trouxeram?

Sinto-me, de alguma forma, mais protegida com a exposição. Pelo menos quero achar que sim. Se não recebesse a onda de amor e de vozes tão sérias e importantes que se vão juntando, como do Nuno Markl, José Raposo, Catarina Furtado, Filomena Cautela, Diogo Faro, Clara Não, seria mais difícil. Esta exposição quero acreditar que me deixa mais protegida.

Agora é a Mariana, mas provavelmente este grupo vai também intimidar outras pessoas… Que mensagem gostaria de deixar às próximas vítimas?

Isto já tinha acontecido com uma autora. A Lúcia Vicente, autora do livro ‘No Meu Bairro’. Talvez isto não tenha sido tão comunicado, apesar de ter sido noticiado. Se calhar tive o azar de ter duas interpelações tão próximas. E de alguma forma também a comunicação social e a sociedade civil, porque também os políticos têm se vindo manifestar nesse sentido, tenham percebido a seriedade e o nível de organização destes movimentos. Espero que isto sirva para não voltarmos aos tempos dos livros que se ardem, porque ‘quando se queimam livros, queimam-se as pessoas a seguir’.

A mensagem que queria deixar é que os livros podem salvar, tenho poucas dúvidas sobre isso. Como dizia Mário Quintana: “Todos esses que aí estão, atravancando meu caminho, eles passarão… Eu passarinho!” Nós continuaremos a voar, mesmo que às vezes não sejam voos tão altos, sejam voos mais baixinhos. A leitura salva.

Leia Também: BE questiona Governo sobre interrupção de apresentação de livro

Compartilhar

Leave A Reply

Exit mobile version